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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cyberpunk culture

Em um post anterior ,falei sobre steampunk, na verdade inverti a ordem dos fatos, antes do gênero steam, veio o cyberpunk, do qual vou falar um pouco aqui...
O que é Cyberpunk?
O termo cyberpunk aparece para designar um movimento literário no gênero da ficção científica, nos Estados Unidos, unindo altas tecnologias e caos urbano, sendo considerado como uma narrativa tipicamente pós-moderna. O termo passou a ser usado também para designar os “ciber-rebeldes”, o underground da informática, com os hackers, crackers, phreakers, cypherpunks, otakus, zippies. Esses seriam os cyberpunks reais. Assim, o termo cyberpunk é, ao mesmo tempo, emblema de uma corrente da ficção-científica e marca dos personagens do submundo da informática.
A ficção cyberpunk ambienta-se em um futuro próximo, distópico, no qual a tecnologia foi tomada pelas ruas, se desvirtuou da "one best way" e não resolveu nenhum dos problemas sociais que prometia, sendo assim, o contrário da utopia moderna. Para a modernidade, a ciência e a tecnologia seriam os principais fatores de melhoria das condições de existência da humanidade. Não deu certo. O futurismo da tecnocultura moderna transformou-se no presenteísmo da cibercultura pós-moderna. As histórias cyberpunks falavam de indivíduos marginalizados em ambientes culturais de alta tecnologia e caos urbano, daí a origem do nome, colocando em sinergia cyber, de máquinas cibernéticas: tecnologia de computadores, meios de comunicação de massa, implantes neurais, etc., e punk, da atitude “faça você mesmo” do movimento punk inglês da década de 70 do século passado. Freqüentemente estes sistemas tecnológicos se estendiam até os “componentes humanos”, através de implantes mentais, próteses, clonagem, ou com a criação de seres gerados a partir de engenharia genética (replicantes). Esta é a parte cyber da ficção cyberpunk. Todavia, como em qualquer cultura, havia aqueles que viviam como marginais, “on the edge”: criminosos, párias, ativistas, visionários. O foco da narrativa está nesses indivíduos, e em como eles subvertiam o uso as ferramentas tecnológicas criadas pelo “sistema”, para diversos objetivos. Esta é a parte punk da ficção cyberpunk.
Os protagonistas das histórias cyberpunks são anti-heróis que transitam com implantes (ciborgues) por espaços físicos e informacionais em um cenário sócio-político em que corporações gigantescas dominam todos os campos da sociedade, substituindo até mesmo os governos nacionais. Os protagonistas cyberpunks se deparam com situações ligadas ao cotidiano das grandes metrópoles atuais, assoladas pelo caos urbano, o crime, a poluição, a degradação das relações sociais. Mesmo sendo distopias, as histórias vão além da relação de dualidade entre a “tecnofilia” e a “tecnofobia” que marcou a ficção científica até então. O cyberpunk é uma ficção, segundo seus autores, reflexo da época contemporânea. Como diz William Gibson, um dos autores mais importantes do “movimento”, o cyberpunk não está preocupado com monstros alienígenas ou conquistas intergalácticas, o que ele faz é uma paródia do presente. Assim, o universo da ficção-científica cyberpunk põe em conjunção o reino da tecnologia de ponta, da racionalidade da hard science, por um lado, e do subterrâneo, do poder ditatorial de mega-coorporações, de inteligências artificiais, de vírus e do caos urbano, por outro. Tudo se parece muito com o que estamos vivendo neste começo de século XXI.

“O lema dos cyberpunks é: a informação deve ser livre; o acesso
aos computadores deve ser ilimitado e total. Desconfie das
autoridades, lute contra o poder; coloque barulho no sistema,
surfe essa fronteira, faça você mesmo.”



2 comentários:

  1. Muito boa a explicação sobre ciberpunks, tem muitos filmes também que tratam desse tema dentro do sócio-político. Grandes corporações que controlam partes ou totalmente um país. Muito bom, parabéns.

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  2. Excelente texto, um dos melhores que já li sobre esse tema, e olha que já li muitos...Acompanho o CyberPunk desde que vi quando moleque o filme 'BladeRunner'. De lá pra cá minha fascinação pelo gênero só aumentou! Tanto que estou desenvolvendo um jogo sobre o tema, acho que o único em português.

    Abraços!

    (www.systemcrash.com.br)

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