musica,video, origami, filosofia,arte e tudo mais que ocupar meu pensamento...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tratado do Lobo da Estepe-só para Loucos


Era uma vez um certo Harry, chamado o Lobo da Estepe. Andava sobre duas pernas, usava roupas e era um homem, mas não obstante era também um lobo das estepes. Havia aprendido uma boa parte de tudo quanto as pessoas de bom entendimento podem aprender, e era bastante ponderado. O que não havia aprendido, entretanto, era o seguinte: estar contente consigo e com sua própria vida. Era incapaz disso, daí ser um homem descontente. Isso provinha, decerto, do fato de que, no fundo de seu coração, sabia sempre (ou julgava saber) que não era realmente um homem e sim um lobo das estepes. A esse propósito poder-se-iam tecer longas considerações e até mesmo escrever livros; mas isso de nada valeria ao Lobo da Estepe, pois para ele era indiferente saber se o lobo se havia introduzido nele por encantamento, à força de pancada ou se era apenas uma fantasia de seu espírito. O que os outros pudessem pensar a este respeito ou até mesmo o que ele próprio pudesse pensar, em nada o afetaria, nem conseguiria afetar o lobo que morava em seu interior.O Lobo da Estepe tinha, portanto, duas naturezas, uma de homem e outra de lobo; tal era seu destino, e nem por isso tão singular e raro. Deve haver muitos homens que tenham em si muito de cão ou de raposa, de peixe ou de serpente sem que com isso experimentem maiores dificuldades. Em tais casos, o homem e o peixe ou o homem e a raposa convivem normalmente e nenhum causa ao outro qualquer dano; ao contrário, um ajuda ao outro, e muito homem há que levou essa condição a tais extremos a ponto de dever sua felicidade mais à raposa ou ao macaco que nele havia, do que ao próprio homem. Tais fatos são bastante conhecidos. No caso de Harry, entretanto, o caso diferia: nele o homem e o lobo não caminhavam juntos, mas apenas permaneciam em contínua e mortal inimizade e um vivia apenas para causar dano ao outro, e quando há dois inimigos mortais num mesmo sangue e na mesma alma, então a vida é uma desgraça. Bem, cada qual tem seu fado, e nenhum deles é leve.
Era isso o que ocorria ao Lobo da Estepe, e pode-se perfeitamente imaginar que Harry não levasse de todo uma vida agradável e feliz. Isso não quer dizer, entretanto, que sua infelicidade fosse por demais singular (embora assim lhe pudesse parecer, da mesma forma como qualquer pessoa torna o sofrimento que se abate sorte ela como sendo o maior do mundo). Isso não pode ser dito a propósito de ninguém. Mesmo aquele que não tem em seu interior um lobo, nem por isso pode ser considerado mais feliz. E mesmo a mais infeliz das existências tem os seus momentos luminosos e suas pequenas flores de ventura a brotar entre a areia e as pedras. Assim também acontecia com o Lobo da Estepe. Não se pode negar que fosse, em geral, muito infeliz, e podia também fazer os outros infelizes, especialmente quando os queria ou era por eles estimado. Pois todos os que com ele se deram viram apenas uma das partes de seu ser. Muitos o estimaram por ser uma pessoa inteligente, refina e arguta, e mostraram-se horrorizados e desapontados quando descobriam o lobo que mostrava nele. E assim tinha de ser pois Harry, como toda pessoa sensível, queira ser amado como um todo e, portanto, era exatamente com aqueles cujo amor lhe era mais precioso que ele não podia de maneira alguma encobrir ou perjurar o lobo. Havia outros, todavia, que amavam nele exatamente o lobo, o livre, o selvagem, o indômito, o perigosos e forte, e estes achavam profundamente decepcionante e deplorável quando o selvagem e perverso se transformava em homem, e mostrava anseios de bondade e refinamento, gostava de ouvir Mozart, de ler poesia e acalentar ideais humanos. Em geral, estes se mostravam mais desapontados e irritados do que os outros, e dessa forma o Lobo da Estepe levava sua própria natureza dual e discordante aos destinos alheios toda vez que entrava em contato com as pessoas.
Quem, entretanto, imaginar que conhece o Lobo da Estepe e pode analisar sua existência lamentavelmente dividida, incorrerá, sem dúvida, em erro, pois ainda não sabe tudo. Não sabe que (como não há regra sem exceção e como um simples pecador em certas circunstâncias pode ser mais querido a Deus do que noventa e nove justos) Harry também conhecia de quando em vez exceções e momentos ditosos em sentir harmonia, e mesmo em raras ocasiões estabelecer a paz e viver um para outro de tal forma que não apenas um vigiava enquanto o outro dormia, mas também se fortaleciam ambos e cada um duplicava a energia do outro. Se tais curtas e raras horas de ventura compensavam e dulcificavam a triste sina do Lobo da Estepe, de forma que a felicidade e a desventura viessem a equilibra-se finalmente na balança, ou se, talvez, este breve mas intenso usufruir daquelas poucas horas compensava todo o sofrimento e deixava um saldo favorável de alegria, é questão sobre a qual podem meditar as pessoas ociosas a seu talante. Também o Lobo meditava isso, em seus dias mais ociosas e inúteis.
A esse propósito há que acrescentar algo. Muita gente existe que se assemelha a Harry; especialmente muitos artistas pertencem a essa classe de homens. Todas essas pessoas têm duas almas, dois seres em seu interior; há neles uma parte divina e uma satânica, há sangue materno e paterno, há capacidade para ventura e para a desgraça, tão contrapostas e hostis como eram o lobo e o homem dentro de Harry. E esses homens, para os quais a vida não oferece repouso, experimentam às vezes, em seus raros momentos de felicidade, tanta força e tão indizível beleza, a espuma do instante de ventura emerge às vezes tão alta e deslumbradora sobre o mar da dor, que sua luz espargindo radiância, vai atingir a outros com o seu encantamento. A isto se devem, a essa preciosa e momentânea espuma sobre o mar de sofrimento, todas aquelas obras artísticas em que o homem solitário e sofredor se eleva por uma hora tão alto sobre o seu próprio destino, que sua felicidade brilha como uma estrela, e parecem a todos os que a vêem como algo eterno e como se fosse seu próprio sonho de ventura. Todas essas pessoas, sejam quais forem seus atos e obras, não têm propriamente uma vida, ou seja, sua vida carece de essência e de forma, não são heróis, nem artistas, nem pensadores de maneira como os demais homens são juízes, doutores, sapateiros ou mestres; sua existência é um movimento de fluxo e refluxo, está infeliz e dolorosamente partida e é sinistra e insensata, se não estivermos propensos a ver um sentido precisamente naqueles raros acontecimentos, ações, pensamentos e obram que brilham às vezes sobre o caos semelhante vida.
Cada espécie de homens tem suas características, seus aspectos, seus vícios e virtudes e seus pecados mortais. Um dos signos do Lobo da Estepe era o de ser noctívago. A manhã era para ele a pior parte do dia, causava-lhe temor e nunca lhe trouxera nada de bom. Nunca fora alegre em qualquer manhã de sua vida, nunca fizera nada de bom na primeira metade do dia, não tivera boas idéias, nem divisara nenhuma alegria para ele ou para os demais. Ao começar a tarde, ia reagindo lentamente, principiava a se animar e, ao cair da noite, em seus melhores dias, tornava-se frutífero, ativo e, às vezes, até brilhante e alegre. Disso decorria sua necessidade de isolamento e independência. Nunca existira um homem com tão profunda e apaixonada necessidade de independência como ele.
Só que a essa virtude estavam intimamente ligados seu sofrimento e seu destino. Ocorria a ele o que se dá com todos: o que buscava e desejava com um impulso íntimo de seu ser acabava por ser-lhe concedido, mas em grau demasiadamente superior ao que convém a um homem. A princípio, o que obtinha parecia-lhe um sonho e uma satisfação, mas logo se revelava como sendo o seu amargo destino. Assim, o poderoso era arruinado pelo poder, o rico pelo dinheiro, o subserviente pela submissão, o luxurioso pela luxúria. O Lobo da Estepe perecia por sua própria independência. Havia alcançado sua meta, seria sempre independente, ninguém haveria de mandar nele, jamais faria algo para ser agradável aos outros. Só e livre, decidia sobre seus atos e omissões. pois todo homem forte alcança indefectivelmente o que um verdadeiro impulso lhe ordena buscar. mas em meio à liberdade alcançada, Harry compreendia de súbito que essa liberdade era a morte, que estava só, que o mundo o deixara em paz de uma inquietante maneira, que ninguém mais se importava com ele, nem ele próprio, e que se afogava aos poucos numa atmosfera cada vez mais tênue de falta de relações e de isolamento. Havia chegado ao momento em que a solidão e a independência já não eram seu objetivo e seu anseio, mas antes sua condenação e sua sentença.Tinham-no agora deixado só. Não que fosse motivo de ódio e de repugnância. pelo contrário, tinha muitos amigos. Um grande número de pessoas o precisavam. Mas tudo não passava de simpatia e cordialidade; recebia convites, presentes, cartas gentis, mas ninguém vinha até ele, ninguém estava disposto nem era capaz de compartilhar de sua vida. Agora rodeava-o a atmosfera do solitário, uma atmosfera serena da qual fugia o mundo em seu redor, deixando-o incapaz de relacionar-se, uma atmosfera contra a qual não poderia prevalecer nem a vontade nem o ardente desejo. Esta era uma das características mais significativas de sua vida.
- Herman Hesse in “Lobo da Estepe”

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

sobre a justiça e a bondade

Quando se começa a pensar filosoficamente sobre as coisas uma coisa muito óbvia acontece, é como quebrar um ovo, nunca mais você terá ele inteiro na mesma forma, ou seja, voce nunca mais verá o mundo e as "verdades" como antes.
Uma vez comecei a pensar sobre a justiça e a bondade, duas coisas muito diferentes,mas  muitas vezes tida como atributo de uma mesma situaçao ou ser. Mas veja bem: Nem tudo que é justo é bom, nem tudo que é bom é justo.
O dificil é aceitar os fatos que são justos quando o alívio viria da bondade. As coisas reais nao são tão místicas assim, o mundo está mais pra causas e consequências do que pra utopia.
Será que uma pessoa boa é sempre justa? ou uma pessoa justa é sempre boa?
 A Justiça nasce da sabedoria
A bondade nasce da inocência
A justiça vence a maldade
a bondade não vê maldade
A Justiça é sempre boa
A bondade nem sempre é justa
A Justiça necessita do mal
A bondade não necessita de nada
A justiça ainda não existe
mas a bondade está desaparecendo
O justo ama quem ele conhece
o bom conhece a quem ama
A justiça vencerá o mundo
A bondade não lutará...


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Rituais?? quase....

Sabe aquelas coisas bem simples, quase bobas mas que fazem a gente se sentir imensamente bem em fazer?
Então..la vão os meus:
Dormir em lençois brancos, tomar uma coca geladérrima a noite, fazer yakisoba pra alguem comer, dar uma aula interessante, ler um livro de filosofia, ficar horas curtindo a mesma musica que eu gosto, passar lápis preto no olho, ficar na cama de manha falando besteiras com a Bruna e o Lucas, ficar na praia paradona so olhando o mar, ver o sorriso de uma pessoa especial na minha memória...,tirar fotos quando to feliz,fazer um café bem forte e comer um chocolate pra acompanhar,sentir saudade dos meus alunos nas férias,comprar um corset novo,
ficar viajando no teclado ou violao...
Tem muito mais coisas,quase infinitas,por isso acredito que felicidade é um estado de espírito que independe das condiçoes externas,depende da sintonia entre o pensamento e a ação.
E eu to muito feliz!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

The corrs- Runaway


  

Runaway

Say it's true
There's nothing like me and you
I'm not alone
Tell me you feel it too

And I would runaway
I would runaway, yeah yeah
I would runaway
I would runaway with you

Because I, I'm fallin' in love with you
No, never, I'm never gonna stop
Falling in love with you

Close the door
Lay down upon the floor
And by candlelight
Make love to me through the night

'Cause I have runaway
I have runaway, yeah yeah
I have runaway, runaway,
I have runaway with you

Because I, I'm fallin' in love with you
No, never, I'm never gonna stop
Falling in love with you

With you, my love
With you

And I would runaway
I would runaway, yeah yeah
I would runaway
I would runaway with you
 

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cyberpunk culture

Em um post anterior ,falei sobre steampunk, na verdade inverti a ordem dos fatos, antes do gênero steam, veio o cyberpunk, do qual vou falar um pouco aqui...
O que é Cyberpunk?
O termo cyberpunk aparece para designar um movimento literário no gênero da ficção científica, nos Estados Unidos, unindo altas tecnologias e caos urbano, sendo considerado como uma narrativa tipicamente pós-moderna. O termo passou a ser usado também para designar os “ciber-rebeldes”, o underground da informática, com os hackers, crackers, phreakers, cypherpunks, otakus, zippies. Esses seriam os cyberpunks reais. Assim, o termo cyberpunk é, ao mesmo tempo, emblema de uma corrente da ficção-científica e marca dos personagens do submundo da informática.
A ficção cyberpunk ambienta-se em um futuro próximo, distópico, no qual a tecnologia foi tomada pelas ruas, se desvirtuou da "one best way" e não resolveu nenhum dos problemas sociais que prometia, sendo assim, o contrário da utopia moderna. Para a modernidade, a ciência e a tecnologia seriam os principais fatores de melhoria das condições de existência da humanidade. Não deu certo. O futurismo da tecnocultura moderna transformou-se no presenteísmo da cibercultura pós-moderna. As histórias cyberpunks falavam de indivíduos marginalizados em ambientes culturais de alta tecnologia e caos urbano, daí a origem do nome, colocando em sinergia cyber, de máquinas cibernéticas: tecnologia de computadores, meios de comunicação de massa, implantes neurais, etc., e punk, da atitude “faça você mesmo” do movimento punk inglês da década de 70 do século passado. Freqüentemente estes sistemas tecnológicos se estendiam até os “componentes humanos”, através de implantes mentais, próteses, clonagem, ou com a criação de seres gerados a partir de engenharia genética (replicantes). Esta é a parte cyber da ficção cyberpunk. Todavia, como em qualquer cultura, havia aqueles que viviam como marginais, “on the edge”: criminosos, párias, ativistas, visionários. O foco da narrativa está nesses indivíduos, e em como eles subvertiam o uso as ferramentas tecnológicas criadas pelo “sistema”, para diversos objetivos. Esta é a parte punk da ficção cyberpunk.
Os protagonistas das histórias cyberpunks são anti-heróis que transitam com implantes (ciborgues) por espaços físicos e informacionais em um cenário sócio-político em que corporações gigantescas dominam todos os campos da sociedade, substituindo até mesmo os governos nacionais. Os protagonistas cyberpunks se deparam com situações ligadas ao cotidiano das grandes metrópoles atuais, assoladas pelo caos urbano, o crime, a poluição, a degradação das relações sociais. Mesmo sendo distopias, as histórias vão além da relação de dualidade entre a “tecnofilia” e a “tecnofobia” que marcou a ficção científica até então. O cyberpunk é uma ficção, segundo seus autores, reflexo da época contemporânea. Como diz William Gibson, um dos autores mais importantes do “movimento”, o cyberpunk não está preocupado com monstros alienígenas ou conquistas intergalácticas, o que ele faz é uma paródia do presente. Assim, o universo da ficção-científica cyberpunk põe em conjunção o reino da tecnologia de ponta, da racionalidade da hard science, por um lado, e do subterrâneo, do poder ditatorial de mega-coorporações, de inteligências artificiais, de vírus e do caos urbano, por outro. Tudo se parece muito com o que estamos vivendo neste começo de século XXI.

“O lema dos cyberpunks é: a informação deve ser livre; o acesso
aos computadores deve ser ilimitado e total. Desconfie das
autoridades, lute contra o poder; coloque barulho no sistema,
surfe essa fronteira, faça você mesmo.”



domingo, 13 de fevereiro de 2011

X-Japan: Nova música no trailer do longa sobre Buda!

 A banda japonesa, X-JAPAN compôs e gravou a música tema do longa metragem “Tezuka Osamu no Buddha: Akai Sabaku yo! Utsukushiku” , o primeiro de uma trilogia baseada no mangá Buddha, de Osamu Tezuka. O filme será lançado no dia 28 de maio de 2011 e o trailer, com a canção-tema Scarlet Love Song , gravado pelo X-JAPAN, pode ser visto abaixo.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

kamelot - Ghost Opera

Pra nao dizer que deixei o blog de lado,resolvi postar um video que eu amo...
Kamelot - ghost opera
um dos melhores,na minha opinião,melodia marcante,bem sinfonico,pesado ao mesmo tempo
perfect!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A gaivota

como posso dedicar-te a vida
se a minha vida nao controlo mais
o vento leva meu tempo
as ondas levam meu canto

Sou a gaivota livre
tão livre que a liberdade nao sabe domar
vou onde a vida leva
vivo onde preciso estar

fico assim,nesse vai e vem
me ocupo da preocupação necessária
mas venho onde sempre quero estar

meu lar, único lugar meu
lugar do descanso da minha alma
onde tudo nasceu,e sempre vai estar.
Deh Aquino

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

origami modular

Hello, blogfriends...
Esses dias tive uma surpresa tão legal. Ensinei meu filho de 8 anos fazer um origami,uma mandala.
Para minha surpresa,quando acordei no dia seguinte ele ja tinha montado uma so zi nho!!
Ficou linda!

Olha só..então ai vai  um diagrama que encontrei no fotobucket pra quem quiser fazer também, enjoy it!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

sociedade desterrense

Saída fotográfica "Olhares sobre a história"
Evento da sociedade historica desterrense de Florianópolis ,
Trajes: steampunk, classic lolita, ouji e romantigoth
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